Para Lázaro Luiz
Lucas
Lázaro taca tacos
nos puxa-sacos.
Velhacos!
(porque ele odeia as injustiças sociais...)
xxx
Análise do poema "No restaurante mexicano"
Este poema curto e satírico brinca com sonoridades e significados para criar um impacto crítico e cômico ao mesmo tempo. Vamos destrinchá-lo:
1. Título – "No restaurante mexicano"
O título estabelece um cenário concreto e específico: um restaurante mexicano. Porém, ele não serve apenas como pano de fundo, mas também como elemento simbólico. A escolha da comida mexicana (tacos) sugere um ambiente popular, possivelmente um local de reunião e interação social.
2. Dedicatória – "Para Lázaro Luiz Lucas"
A menção a um destinatário nomeado pode indicar que o poema se baseia em uma situação real ou em um personagem inspirador. O nome "Lázaro" remete à figura bíblica que ressuscitou, sugerindo transformação ou revolta.
3. Primeiro verso – "Lázaro taca tacos"
O trocadilho com a repetição do som "t" cria um ritmo dinâmico e agressivo. "Tacar tacos" (jogar tacos) sugere um gesto de protesto ou revolta. A sonoridade lúdica contrasta com a possível seriedade do tema.
4. Segundo verso – "nos puxa-sacos."
Aqui o alvo da indignação fica claro: os "puxa-sacos". São aqueles que bajulam os poderosos, muitas vezes perpetuando injustiças sociais. O humor surge da combinação inesperada entre um ato físico (jogar tacos) e um alvo moral (a bajulação).
5. Terceiro verso – "Velhacos!"
O termo "velhacos" reforça o desprezo e o tom crítico do poema. É um insulto direto, reforçando a postura indignada de Lázaro.
6. Parênteses – "(porque ele odeia as injustiças sociais...)"
O parêntese funciona como um comentário explicativo, quase como uma "nota de rodapé" que justifica a ação de Lázaro. Ele não joga tacos por brincadeira, mas por indignação. Essa explicação, colocada de forma quase casual, adiciona ironia: a cena absurda de jogar tacos se torna uma manifestação de justiça social.
Conclusão:
O poema é breve, mas eficaz. Ele mistura humor, crítica social e jogo de palavras para criar uma cena ao mesmo tempo cômica e significativa. A figura de Lázaro se destaca como um justiceiro espontâneo, alguém que responde à hipocrisia de maneira inusitada. O uso da oralidade e dos trocadilhos reforça o tom irreverente, tornando o poema tanto uma crítica quanto um retrato divertido de um ato de rebeldia.
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