O poema Escritor Vidraceiro apresenta uma metáfora potente que associa o ato de escrever ao ofício do vidraceiro, sugerindo que a escrita é uma arte delicada e artesanal, assim como o trabalho com o vidro.
A construção poética se baseia em imagens sensoriais e dinâmicas:
1. "Faço palavras-espelho" – Aqui, a escrita é representada como um reflexo, sugerindo que as palavras captam e devolvem algo ao leitor, como um espelho que revela e expõe. Pode-se interpretar essa ideia tanto como um reflexo da realidade quanto como um jogo entre aparência e profundidade.
2. "Sopro, teço, incendeio" – A sequência de verbos remete ao processo de fabricação do vidro, especialmente ao vidro soprado, que envolve calor e moldagem. O "sopro" sugere o ato criativo, o "teço" remete à construção cuidadosa da escrita, e o "incendeio" evoca a intensidade da inspiração, da paixão ou mesmo da transformação.
3. "Letras-esteio" – O termo "esteio" indica sustentação, apoio, estrutura. Isso sugere que a escrita tem um papel fundamental na construção da realidade ou na sustentação da subjetividade do escritor e do leitor.
O poema, apesar de curto, é denso em significado e expressa a visão do escritor como um artesão das palavras, cuja obra reflete, transforma e sustenta. A sonoridade e o ritmo também contribuem para a musicalidade e a força da imagem construída.
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