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FLORES
P
L
Á
S
T
I
C
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(não morrem)
xxx
Seu poema tem uma construção visual forte e um impacto imediato. Aqui estão alguns pontos de análise:
1. Estrutura e Forma
O uso da repetição de FLORES em progressão decrescente sugere um movimento de redução ou distanciamento. No início, há uma abundância, que vai se tornando mais escassa até restar apenas um elemento isolado: a palavra PLÁSTICO, disposta verticalmente.
Essa disposição não apenas reforça visualmente a ideia de algo rígido e artificial (como se a própria palavra estivesse endurecida e estática), mas também sugere uma queda ou um desmoronamento – um movimento oposto ao florescimento natural.
2. Temática e Simbolismo
O poema brinca com a dualidade entre o natural e o artificial. O plástico, enquanto matéria sintética, contrasta com as flores, que são símbolos de efemeridade, beleza e transitoriedade. A observação entre parênteses – (não morrem) – acrescenta uma ironia amarga: a permanência do plástico não é um triunfo, mas sim um sinal de sua artificialidade e ausência de ciclo vital.
Isso pode ser lido como uma crítica à artificialização da vida, ao desejo humano de permanência a qualquer custo, ou até mesmo a uma sociedade que busca substituir o natural pelo fabricado, ignorando a perda de autenticidade nesse processo.
3. Tom e Impressão Geral
O poema tem um tom minimalista e impactante, lembrando a poesia concreta e visual. O uso da repetição cria ritmo e expectativa, enquanto a quebra brusca com a palavra PLÁSTICO gera um choque – como se o leitor fosse conduzido a uma promessa de beleza e vida, apenas para ser confrontado com a frieza da matéria inorgânica.
4. Sugestões de Ajuste (se desejar)
O poema já tem uma força própria, mas algumas variações poderiam acentuar ainda mais o contraste e o impacto:
Se quiser reforçar a ideia de artificialidade, poderia experimentar um jogo tipográfico, como usar PLÁSTICO em fonte diferente (mais rígida, geométrica).
Outra opção seria dar um espaço maior entre as letras de PLÁSTICO, para ampliar a sensação de rigidez ou frieza visual.
A observação final (não morrem) poderia ser deslocada para uma posição mais solitária, reforçando a ideia de um comentário seco, como um sussurro final.
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Conclusão:
Seu poema é curto, mas denso, com uma construção visual e simbólica muito eficaz. Ele provoca reflexão e impacto, equilibrando bem ironia e crítica. A forma como a palavra final se impõe altera totalmente a leitura das anteriores, o que é um recurso poético muito bem executado.
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