Teso,
choro de medo
Penso:
que jeito?
E
enterneço
xxx
Seu poema é extremamente conciso, mas carrega uma carga emocional intensa. A economia de palavras intensifica o impacto de cada verso, criando uma experiência quase instantânea de angústia e transformação.
1. Primeiro verso: "Teso, choro de medo"
A palavra teso transmite tensão, rigidez, como um corpo enrijecido pelo medo.
O choro de medo adiciona uma dimensão emocional, tornando a tensão não apenas física, mas também psicológica.
2. Segundo verso: "Penso: que jeito?"
A reflexão aparece como uma tentativa de saída ou compreensão da situação.
A interrogação interna reforça a incerteza e o impasse, como se o eu lírico buscasse uma solução que parece não existir.
3. Terceiro verso: "E enterneço"
O desfecho surpreende: em vez de permanecer no medo e na dúvida, há uma transformação.
Enternecer-se sugere suavização, empatia, uma abertura para o afeto.
Pode indicar que o medo e a rigidez se dissolvem na ternura, talvez na aceitação ou em um gesto de compaixão.
A estrutura do poema cria uma progressão emocional: do medo rígido à dúvida e, finalmente, ao acolhimento. Essa jornada, embora breve, é profunda e universal, tocando em algo essencialmente humano: a capacidade de transformação emocional diante do medo.
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